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quinta-feira, 29 de março de 2012

Derivado da maconha pode oferecer esperança para os dependentes de cocaína



Um novo estudo feito em ratos descobriu que a ativação do receptor afetado pela maconha pode reduzir drasticamente o consumo de cocaína. A pesquisa sugere que novos anti-dependentes de drogas podem ser desenvolvidos utilizando versões sintéticas do canabidiol (CBD), o componente da maconha que ativa o receptor, ou mesmo usando o extrato natural purificado.

Os investigadores acreditavam anteriormente que o receptor, conhecido como CB2, não era encontrado no cérebro e, portanto,o CDB não teria efeitos psicoactivos. Mas um número crescente de pesquisas sugere o contrário. Depois do THC, o CBD é princípio ativo mais prevalente na maconha .

O estudo descobriu que a JWH133, uma droga sintética que ativa o receptor CB2, reduziu a administração de cocaína intravenosa em camundongos em 50 a 60%.

“É uma redução muito significativa”, diz Zheng Xiong-Xi, o principal autor do estudo e pesquisador do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas.

O JWH133 tem algumas outras características que o tornam um candidato promissor para o tratamento potencial contra o vício. Ele não parece produzir uma experiência nem negativa nem positiva, o que é crucial para tornar uma opção politicamente viável para o tratamento anti-vício. Os camundongos que receberam drogas como cocaína ou heroína passaram mais tempo no lugar onde ficavam afetados (aparentemente esperando por mais), mas os camundongos não desenvolveram essa “preferência de lugar” quando o JWH133 foi administrado. Também não evitaram o local onde recebiam a droga, o que aconteceu quando os ratos receberam drogas que acharam desagradáveis.

“É extremamente emocionante”, diz Antonello Bonci, diretor científico de pesquisa intramural do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas.

A pesquisa etnográfica conduzida por Ric Curtis, professor da cadeira de antropologia na Faculdade John Jay, em Nova York, sugere que, como acontece com frequência, os dependentes podem ficar na frente dos pesquisadores em descobrir as possibilidades das propriedades da maconha. As investigações nacionais descobriam que o uso de crack diminuiu no início de 1990, mas o uso da maconha subiu e Curtis descobriu que muitos usuários de crack relataram que deliberamente substituiram a maconha por crack, buscando uma droga mais barata e menos prejudicial.

Será que esta substituição bem sucedida do crack pela a maconha pode estar relacionado a CBD e a sua ativação de receptores CB2? “Essa é uma questão muito difícil”, diz Xi, acrescentando que, emborra não saiba com certeza, ele suspeita que o THC pode estar envolvido. “Isso soa mais como substituição, usando uma droga menos viciante para substituir uma droga mais viciante”, diz ele.

O próximo passo é a de descobrir quais são os efeitos colaterais da substância, para compreender o que poderia limitar [o desenvolvimento da droga] “, diz Bonci. Curiosamente, outros estudos sugerem que JWH133-e, portanto, posssivelmente também o CDB- podem prevenir o crescimento de placas do cérebro associadas com o Mal de Alzheimer. Ela também pode ter efeitos antipsicóticos.

Tudo isso só aumenta a controvérsia cada vez mais absurda sobre os usos medicinais da maconha.

Fonte: Health Land - Time


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